A decolonialidade é uma corrente teórica e política que propõe a descolonização do pensamento e das práticas sociais em relação às estruturas coloniais impostas pelo Ocidente. Esse movimento surgiu principalmente nos países latino-americanos após as independências políticas, a fim de buscar a libertação epistêmica do conhecimento produzido a partir de perspectivas eurocêntricas. A base da decolonialidade está na crítica às estruturas coloniais de poder que continuam presentes na sociedade contemporânea, assim como a desconstrução da ideia de modernidade como algo universal e linear. A decolonialidade propõe, assim, um olhar plural e descentralizado sobre as diferentes formas de saberes e práticas sociais que caracterizam as culturas e os povos. A decolonialidade ganha força também na busca pela valorização dos saberes e práticas dos povos originários, que durante séculos foram marginalizados e invisibilizados dentro da cultura ocidental. A valorização desses saberes e práticas é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. No entanto, a decolonialidade é ainda um movimento em construção, que enfrenta desafios importantes. Ainda há muito a ser feito para que possamos construir uma visão de mundo que contemple todas as formas de conhecimento e práticas sociais, livres das imposições do pensamento ocidental. Por isso, essa é uma causa que nos convida a refletir sobre as nossas próprias ações enquanto sujeitos sociais e a repensar a nossa relação com o mundo.